Reportagem do Jornal Regional sobre o Projeto Capim Elefante.

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Região / Panorama

17/10/2015 às 04h19

Pendência de R$ 600 mil do governo Alckmin ‘freia’ experimento que reduzirá custos das cerâmicas na região

O projeto do plantio de capim elefante como fonte energética para indústria cerâmica vermelha testa quatro variedades de biomassa no campo experimental

Plantio das espécies de capim elefante no campo experimental da Incoesp, em Panorama (Foto: Alex Barreto/JR )
Plantio das espécies de capim elefante no campo experimental da Incoesp, em Panorama (Foto: Alex Barreto/JR )

Um dos mais ousados projetos já desenvolvidos no país, voltado a pesquisa que estuda várias espécies de capim elefante para substituir o uso da madeira noprocesso de queima da indústria cerâmica na região Oeste Paulista, aguarda a gestão do governo Geraldo Alckmin destinar R$ 600 mil para conclusão do projeto que, deverá amortizar o principal gasto das dezenas de empresas do setor.

Segundo o diretor da Incoesp (Cooperativa das Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista), Milton Salzedas, a compra de madeira de eucalipto, pó de serra e cavaco (cascalho de eucalipto) são a principal conta a pagar dentro de qualquer cerâmica, representando uma média de 35% a 40% das despesas.

O projeto do plantio de capim elefante como fonte energética para indústria cerâmica vermelha testa quatro variedades de biomassa no campo experimental, localizado em uma área rural de propriedade da Incoesp, em Panorama. As espécies de capim elefante em teste são: Cameroon, Carajás, Pennisetum, Purpureum Guaçu. Existem também três espécies de Cana Energia: CTC, E7 e Erianthus.

Segundo o engenheiro metalurgista, Vicente Mazarella, coordenador da pesquisa pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) de São Paulo, dentro as variedade plantadas, o Cameroon é a espécie que melhor se ambientou no clima local, tendo inclusive, produzido três vezes mais que o eucalipto, mesmo em período de pouca chuva.

Conforme o pesquisador, o capim elefante pode ser colhido duas vezes ao ano. Diferente do prazo necessário de sete anos para colheita do eucalipto.

A vantagem do uso do capim neste estágio do estudo revela uma redução de custo associado ao transporte e queima.

É a primeira vez no Brasil que se compara o capim elefante com o eucalipto, afirma Mazarella. Espera-se que a pesquisa seja finalizada no fim de 2016 e meados de 2017.

A soma de R$ 600 mil, solicitada ao governo paulista, será investida na ampliação do plantio das espécies. Depois desse período serão colhidas e levadas ao processo de queima para conclusão do trabalho.

Em nota encaminhada a reportagem do Jornal Regional, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo esclarece que, já foram investidos no projeto de apoio ao capim elefante o valor de R$ 110.900,00. O recurso foi disponibilizado por meio do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios (Patem), em convênio com a Prefeitura de Panorama e suporte da Incoesp.

O estudo foi executado em nove meses, por profissionais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), e possibilitou o plantio de 9,17 hectares com a formação de 87 lotes.

O pedido para a realização da segunda fase do projeto está em análise na Pasta e, de acordo com técnicos, necessita de informações complementares para melhor avaliação da viabilidade de atendimento do pleito.